tag:blogger.com,1999:blog-86027784745504193472024-02-06T18:45:18.914-08:00Palavra expressaPara pensar, para escrever, para dizer... saboreandoProfessora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-75279410924001762432015-08-28T08:19:00.000-07:002015-08-28T08:40:03.796-07:00De como uma palavrinha besta demonstra o equívoco do juízo<div class="MsoNormal">
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Em certa produção acadêmica do Mestrado em Letras/UFES sobre <i>Muito soneto por nada</i>, de Reinaldo Santos Neves, me espanto diante do julgamento superficial do acadêmico, que não soube avaliar com justeza a análise do livro, adequada ao nível de um estudante de ensino médio, desmerecendo
assim o roteiro que se pretendeu e, o pior, o nível de compreensão do aluno de ensino médio, embora em nenhum momento tenha citado o
Manual de Literatura Brasileira: VEST-UFES 99/2000 produzido por docentes universitários. Pecou pelo adjetivo. Poderia ter </div>
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usado, sem
julgamento, a palavra “didáticos”.</div>
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“Por ter sido indicado como leitura obrigatória para o
vestibular da Ufes, a obra rendeu tanto <u>textos superficiais em material
destinado a estudantes de ensino médio</u> quanto um trabalho de fôlego como a
dissertação de mestrado de Luiz Romero de Oliveira, defendida no Programa de
Pós-graduação em Letras da Ufes em 2000, intitulada O destino de uma escrita: O
amor e a espera em Sueli: romance confesso e Muito soneto por nada de Reinaldo
Santos Neves.”</div>
Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-65179755147496745152014-12-14T16:28:00.001-08:002014-12-14T16:28:42.617-08:00Comentários sobre a Prova de Redação do PS/UFES 2015 (Parte 3)Não é a primeira vez que a UFES propõe uma descrição em processo seletivo. Aliás, essa tipologia textual também faz parte de nosso cotidiano. Valem os sentidos, principalmente os físicos, para descrever um objeto, nesse caso um espaço cultural. O candidato poderia começar abordando a importância desse espaço para o desenvolvimento cultural de sua comunidade (rua, bairro ou cidade). Obviamente, além dos aspectos físicos, como dimensões, material, cores, entre outros elementos de sua arquitetura, também poderiam ser apresentados aspectos mais abstratos, como sua função, por exemplo, projetando-se um lugar de encontros, de aquisição de conhecimento e divulgação de variadas obras de arte, seja um parque, um jardim botânico, seja uma galeria de arte com sala de espetáculos e projeção de filmes. Nossa cidade tem alguns espaços culturais que poderiam servir de modelo para essa composição. No que diz respeito à estrutura de um texto descritivo, é bom lembrar que também a descrição deve seguir uma certa ordem no seu desenvolvimento: importância, função, aspectos físicos e aspectos mais abstratos. Evidentemente, qualquer outra sequência também poderia ser estabelecida. Entre as três questões, essa possivelmente foi a de menor grau de dificuldade, haja vista que existem lugares assim espalhados por nosso país. Também aqui o candidato poderia usar modelos do mundo real ou da própria imaginação.<div><br></div><div>Em suma, as três propostas ofereceram oportunidades de pensar por escrito. Parabéns aos candidatos e sucesso nas provas específicas. Grande abraço.</div>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-36448371143804325452014-12-14T15:23:00.001-08:002014-12-14T15:59:47.508-08:00Comentários sobre a Prova de Redação do PS/UFES 2015 (Parte 2)Na segunda questão da prova, a proposta de uma narrativa facilitou a resposta para o candidato, pois contar uma história faz parte do nosso cotidiano. Já era um gênero esperado, por sua constância nos últimos vestibulares. O tema da narrativa deveria ser a relação entre uma pessoa idosa e uma criança, ou, nos termos do comando, "em que uma pessoa idosa tenha como sua única companhia uma criança". Além disso, seria necessário levar em consideração o fragmento literário e o excerto de um artigo, abordando reflexões acerca das frágeis fronteiras entre as fases etárias, bem como suas características diferentes e comuns: brincar, reclamar, conhecer, perguntar, ser feliz etc. Vale aqui também a observação do mundo real ou a imaginação. Por isso, a leitura e o conhecimento de mundo do candidato possibilitariam a sua desenvoltura frente ao desafio temático. A Banca Examinadora, certamente, atribuirá a pontuação também aos elementos estruturadores de uma narrativa, a saber: o narrador (ponto de vista em primeira ou terceira pessoa), os dois personagens determinados (o idoso e a criança em mútua companhia), um enredo (constituído de um fato ou uma ação vivenciada pelos dois personagens), um espaço (na cidade, no campo, nas memórias de alguém) e um tempo (passado ou presente). Pelo mínimo número de linhas estipulado para o texto, a história deveria ser breve, seguindo uma estrutura de enredo assim sequenciada: apresentação (de personagens e/ou cenário), conflito (ruptura da harmonia inicial da história), clímax (ápice do conflito) e desfecho (solução ou não do conflito). No entanto, que fique claro que essa sequência de enredo não é uma camisa de força, prevalecendo aí a maneira como o candidato vai apresentando os elementos da narrativa de forma a manter a atenção do leitor, que nesse caso é um exigente avaliador. O diálogo entre os personagens poderia ser estabelecido usando-se o discurso direto, o indireto ou ainda o indireto livre. Essa questão apresentou um grau menor de dificuldade e uma ótima oportunidade para o candidato figurativizar sua cosmovisão sobre a infância e a velhice como fatores de constituição de todo ser humano.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-30893241460947919022014-12-14T15:11:00.001-08:002014-12-14T15:21:36.074-08:00Comentários sobre a Prova de Redação do PS/UFES 2015 (Parte 1)<div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><br></span></div><div><a href="http://www.ccv.ufes.br/sites/default/files/PS2015_Reda%C3%A7%C3%A3o.pdf" style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">http://www.ccv.ufes.br/sites/default/files/PS2015_Reda%C3%A7%C3%A3o.pdf</a></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><br></span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Mais uma vez, a Banca Examinadora de Redação do Vestibular da UFES acrescenta um gênero discursivo que desconstrói o trabalho docente e discente apenas com o "famigerado" tema, como tem sido ainda a práxis de alguns professores em cursinhos preparatórios. Debater em sala de aula os temas atuais torna as aulas bem interessantes, como também fortalece e mesmo forma opiniões dos jovens brasileiros. Por outro lado, é importante que se faça um trabalho ao longo da formação estudantil com a prática de variados gêneros discursivos. Na prova deste ano, propôs-se a produção de três gêneros de texto, a saber: um panegírico, uma narrativa e uma descrição.</span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><br></span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Vamos passo a passo:</span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><br></span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">O panegírico, como se lê no comando da primeira questão da prova, é um discurso elogioso a alguém ou a algo. Os textos de apoio da coletânea estabelecem as diretrizes para a depreensão do tema: os valores éticos na sociedade. Ora, em primeiro lugar, o candidato precisaria pensar sobre o desenvolvimento do tema, simulando uma situação contextualizada de elogio a alguém, cuja conduta representasse valores irrepreensíveis, ou observando, da realidade atual, situações que espelhassem a retidão, a honestidade, a bondade ou qualquer outra virtude adquirida que não fosse pautada pelo valor de troca do mundo capitalista. Como há, em nossa sociedade, pessoas ou situações que merecem elogios por causa de atitudes e comportamentos ilibados, a variedade temática da questão vai desde a devolução de uma carteira recheada de dinheiro ao dono até a atuação daquele cidadão dignitário que faz ou fez diferença na humanidade. A partir dessas nuances, os candidatos selecionariam, seja pela imaginação, seja pela observação do mundo, quaisquer ideias que atendessem ao tema. O panegírico, por sua vez, é um gênero proferido oralmente a partir de um texto escrito e apresenta alguns elementos estruturais: um orador (representante de um grupo ou de uma instituição, por exemplo), o vocativo (a plateia a que se dirige o orador) e uma situação em que o discurso é apresentado (encerramento de ano em escola, homenagem em reunião de professores ou qualquer outro contexto). Geralmente, esse gênero é produzido em primeira pessoa do singular ou do plural. A questão, com valor maior na prova, será o fiel da balança, ou seja, determinará, por seu grau médio de dificuldade, o resultado do exame ou mesmo do processo seletivo. </span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><br></span></div><div><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Continuamos na parte 2.</span></div>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-46215897017699122472014-12-14T13:59:00.001-08:002014-12-14T14:03:16.629-08:00Estou de volta...Prezados seguidores<br />
Vi suas postagens e peço que me desculpem por não ter respondido. Não foi descaso, vocês tenham certeza. Deixei o blog um pouco de lado por estar demais envolvida com questões pessoais urgentes, como ainda estou. Por isso, relevem se não lhes dei a devida atenção.<br />
No entanto, hoje, porque muitos fizeram a prova de redação do Vestibular da UFES, vou postar aqui breves comentários sobre ela. Estejam certos de que, no próximo ano, ficarei mais presente neste espaço, interagindo com quem se interessa por leitura, literatura e produção de texto. E, claro, orientações para os vestibulares. Grande abraço!📝Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-86566722359557376812014-11-09T13:10:00.001-08:002014-11-09T13:10:59.252-08:00Comentário breve sobre a prova de redação ENEM2014O tema da prova de redação do ENEM2014 desagradou alunos e, é bem possível, alguns professores. Não fazia parte da famigerada lista que se insiste em elaborar, com o apoio da mídia. Houve candidato que declarou nunca ter ouvido falar da "publicidade infantil em questão no Brasil". As facilidades que alguns professores de redação tendem a "promover" vão de encontro ao que se espera de um candidato a vestibulares importantes do país: senso crítico e capacidade de raciocínio argumentativo em defesa de um ponto de vista. Fazer "nariz de cera" ( o chamado lero-lero, que cabe em qualquer tema) é um tiro que sai pela culatra. Trata-se de um engodo já desmascarado há muito pelas bancas examinadoras. Pouco mudou, pelo visto. Se os professores não abordaram o tema em sala de aula, é porque não são adivinhos com bola de cristal. Alguns alunos continuam enganando-se quando esquecem que escrever é prática diária a partir de organização de ideias. Possivelmente muitos criticarão o INEP - em vez de autoavaliarem seu desempenho e seu trabalho.<div><br><div>No entanto, há que se esperar que a maioria tenha entendido a proposta, pois o tema faz parte da dinâmica da vida contemporânea. O candidato então poderia começar posicionando-se sobre a publicidade em geral, por exemplo, na perspectiva de que ela pretende estimular o consumo de qualquer produto, a despeito de sua utilidade ou necessidade. A publicidade em geral atua sobre qualquer indivíduo do mundo industrializado, desde crianças até adultos. <span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">No desenvolvimento de sua redação, o candidato poderia apresentar ideias extraídas da coletânea de textos, selecionada como diretriz para concordância ou discordância na argumentação. Além dessas ideias, também seria interessante que cada um apresentasse argumentação própria, demonstrando ser capaz de desenvolver reflexões por escrito. Sobre o tema específico, poderia afirmar que as crianças são muito vulneráveis à publicidade de produtos infantis, os quais surgem dia após dia, com base na programação veiculada pela mídia televisiva, hoje ampliada pela internet. Por outro lado, seria bom frisar sobre a importância de controle na divulgação de bens de consumo, como tablets, smartphones e demais produtos eletrônicos, entre outros, que se banalizam à medida que seu acesso é facilitado, seja pelo comércio, seja pela leniência dos pais. Nesse sentido, os pais devem exercer seu papel fundamental de educar seus filhos sem ceder diante dos apelos comerciais. Além disso, seria interessante lembrar</span><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"> que, no Brasil, existem leis reguladoras do uso de imagem sedutoras, como animais ou mesmo crianças , para veicular anúncios publicitários de produtos infantis. O candidato também poderia desenvolver a ideia de que o comércio se beneficia da voracidade dos pequenos consumidores, principalmente em datas como no dia das crianças ou nas festividades natalinas. Para concluir, seria sólido reafirmar as ideias desenvolvidas, sintetizando-as e reforçando, caso considerasse a educação dos pais para enfrentar o consumo desenfreado de seus filhos, a importãncia desse papel paterno e materno. </span><span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Como se pode observar nos alinhavos destas considerações, o tema não foi tão difícil de ser abordado, bastando ao candidato um pouco de reflexão sobre a proposta. Espero que os candidatos tenham sucesso no resultado. Até a próxima.</span></div><div><br></div></div>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-58487953803245720052014-11-09T10:54:00.001-08:002014-11-09T10:54:28.321-08:00Os temas de redação do ENEM, incluindo o de 2014<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><strong style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">TEMAS QUE JÁ CAÍRAM</strong><br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">1998: Viver e aprender<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">1999: Cidadania e participação social<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2005: O trabalho infantil na sociedade brasileira<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2006: O poder de transformação da leitura<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2007: O desafio de se conviver com as diferenças<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2008 Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2009: O indivíduo frente à ética nacional<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2010: O trabalho na construção da dignidade humana<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2011: Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2012: Movimento imigratório para o Brasil no século 21<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil<br style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;"><strong style="margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">2014: Publicidade infantil em questão no Brasil</strong></span>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-63651178424775873312014-03-30T12:13:00.001-07:002014-03-30T12:13:57.558-07:00Leitura de um conto de Jorge Luis Borges: "Pierre Menard: autor do
Quixote"<table width="100%" border="0" cellspacing="0" cellpadding="0"><tbody><tr><td height="85" valign="top" class="normaltext" style="font-size: 12px; line-height: 18px;"><p align="center" class="bigtextbold" style="font-size: 16px; font-weight: bold;"><strong style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Lecturas de "Pierre Menard, autor del Quijote"</strong></p><p align="right"><strong style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">por Nora Gonzalez</strong></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Para hacer justicia a la mancillada memoria de su maestro el narrador de "Pierre Menard, autor del Quijote" (l) se propone reseñar la obra del novelista de Nimes, que, según su naturaleza, divide primeramente en dos grupos: sonetos, traducciones y ensayos integran la obra visible de Menard; dos o tres capítulos del <em>Quijote</em> , la invisible.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">He aquí la estructura de uno de los cuentos más célebres de Borges, el preferido por los comentadores a la hora de establecer su poética. "Pierre Menard ..." fue leído como texto paradigmático sobre el arte de traducir; George Steiner ve en la trasposición en alejandrinos que Menard hace del <em>Cimetière marin</em> de Valéry "una ampliación vigorosa, aunque excéntrica, del concepto de traducción” (2), y saca una conclusión general sobre la producción del héroe: sus obras intentan invertir el desastre de Babel.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">También se pensó que el cuento de <em>Ficciones</em> exponía una concepción muy precisa de la figura del creador, que transformaba a Pierre Menard en el símbolo de todo escritor. En esta misma línea se argumentó que el relato socavaba el concepto de identidad referido a la obra o, al menos, lo volvía tan elástico que un crítico (3) llegó a preguntarse quién era en la actualidad el autor del<em>Quijote</em> . El final del texto, especialmente, contribuyó a que se hiciera de él un manifiesto sobre la práctica de la lectura.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Más allá de sus diferencias, es posible destacar un rasgo compartido por todas estas lecturas: el presupuesto de la identidad que se establece entre el nombre propio al que remite la firma del cuento y el sujeto que dice yo en la narración. Borges queda identificado así con la posición de Menard, quien expresaría sus teorías literarias.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">No es ésta, sin embargo, la opinión de Saer (4), para quien "Pierre Menard ..." no oculta una intención satírica. En "Borges francófobo", artículo que pertenece a su último libro, se muestra sorprendido por lo que considera uno de los hechos más curiosos de la literatura contemporánea: la crítica se ha obstinado en una interpretación del cuento de Borges que va claramente a contrapelo de la propuesta por su autor, lo cual no sólo constituye un desvío sino también una ofensa. Saer advierte que la idea de Borges sobre la literatura es el reverso exacto de la que sostiene Menard, que su héroe, lejos de representar la quintaesencia de la escritura, encarna sin ninguna ambigüedad la figura del plagiario.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Según el autor de <em>Cicatrices</em> , con el personaje principal de su texto Borges estaría caricaturizando a Paul Valéry y en él al simbolismo, corriente literaria que empieza con Mallarmé, a la que considera excesivamente intelectual y acusa de artificial y frívola. Esta acusación se extendería a casi toda la literatura francesa, por la que Borges no cesó de manifestar un pasional desdén.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">La hipótesis de Saer es que una contradicción observada en Valéry, cuando reseña su <em>lntroduction </em><em>à </em><em>la </em><em>Poétique</em> , habría dado origen a la ficción borgeana. Por un lado, el poeta francés concibe la literatura como una mera reducción a las combinaciones que permite un vocabulario determinado y, por otro, declara que el efecto de esas combinaciones varía según cada nuevo lector. En el primer caso resulta fundamental el lenguaje, en el segundo se destaca el acto y al lector. "Pierre Menard ..." está construido, precisamente, como el estudio de la variación histórica de un texto literario a partir de un párrafo del <em>Quijote</em> .</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">En la misma reseña Borges cita otra frase del texto de Valéry: "La Historia de la Literatura no debería ser la historia de los autores y de los accidentes de su carrera o de la carrera de sus obras, sino la Historia del Espíritu como productor o consumidor de literatura. Esa historia podría llevarse a término sin mencionar un solo escritor" (5). En efecto, el cuento de <em>Ficciones</em> invierte por completo esta idea, ya que "el texto de Cervantes y el de Menard son verbalmente idénticos” (6); es decir, lo que varía es el contexto y también el autor. Borges analiza y extrema los conceptos de Valéry, los vuelve absurdos: a una historia de la literatura sin autores opone una historia de los autores sin literatura o con la misma literatura, puesto que Menard es "en el mejor de los casos, un frívolo, y, en el peor, un plagiario y un charlatán” (7).</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">De modo que "Pierre Menard ... " es una parodia, la exacerbación y la inversión son procedimientos que remiten directamente a ella. Múltiples indicios del cuento conducen a esta lectura; además de los ya mencionados, Saer propone: "Pierre Menard .. ," es el único cuento claramente cómico de <em>Ficciones</em> , los amigos del héroe coquetean con el fascismo y el narrador "se permite insidiosas alusiones antisemitas: 'el filántropo internacional Simón Kautzsch, tan calumniado, ¡ay!, por las víctimas de sus desinteresadas maniobras’” (8).</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Otro signo es la ambigüedad, figura que recorre todo el texto y que aparece claramente aludida desde el inicio en el nombre de quien habría difamado al maestro del narrador: Madame Henri Bachelier, es decir, la <em>señora Enrique</em> ; y, por supuesto, el texto elegido: el <em>Quijote</em> , obra invisible de Menard, cuyo predicado -parodia de las novelas de caballería- se ha vuelto un lugar común. Asimismo es posible leer como una alusión las dos referencias a lo que sería una especie de hábito de Pierre Menard, quien solía "propagar ideas que eran el estricto reverso de las preferidas por él” (9).</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">De manera breve, la parodia puede ser definida como la transformación de un texto sobre la base de uno anterior, como la relación que se establece entre éstos y que provoca un distanciamiento que permite la lectura crítica de una cultura, la cual tendrá que haberse conformado previamente en un sistema de signos visibles, ya que sólo es posible parodiar lo que ha superado ciertos límites de estilización, que ha alcanzado cierto nivel de saturación.</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">La lectura de Saer se vería confirmada de algún modo por la de Piglia, quien encuentra en Borges la síntesis, la clausura de las dos grandes líneas de la literatura argentina del siglo XIX, la gauchesca y el europeísmo, el cosmopolitismo; y señala, en "Parodia y propiedad", que "bastaría hacer la historia del sistema de citas, referencias culturales, alusiones, plagios, traducciones, pastiches que recorre la literatura argentina desde Sarmiento hasta Lugones para ver hasta qué punto Borges exaspera y lleva a la parodia y al apócrifo esa tradición. En realidad -concluye-, el tratamiento borgeano de la cultura es un ejemplo límite del funcionamiento de un sistema literario que ha llegado a su crisis y a su disolución" (10).</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Así pues, por un lado, Borges extrema, vacía de contenido y lleva a la irrisión lo que es una tradición nacional; Piglia acentúa, además, otro rasgo que estima fundamental: su antintelectualismo, la oposición cultura-vida, que es constitutiva en él y cuyo secreto reside en mantener unidos los términos, que estén en tensión la erudición y el populismo ( 11).</span></p><p align="justify"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Ahora bien, en "Pierre Menard, autor del Quijote" esta tensión explicaría la diferencia de lecturas: la crítica habría privilegiado la vertiente erudita, conceptual que propone el texto, que encarna Menard y que representaría la posición de Valéry, y habría descuidado u omitido los indicios que parodian y corroen esta concepción.</span></p><p><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span></p><p class="smalltext" style="font-size: 10px;"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">(1) Borges, J. L., "Pierre Menard, autor del Quijote", en Ficciones, Madrid, Alianza, 1971. <br>(2) Steiner, G., Después de Babel, México, Fondo de Cultura Económica, 1980, p. 92. <br>(3) A. Rossi se formula esta pregunta en su artículo "La página perfecta", publicado en La Gaceta del Fondo de Cultura Económica N° 188 (Destiempo de Borges), agosto de 1986, pp. 48-49. <br>(4) Saer, J. 1., "Borges francófobo", en El concepto de ficción, Bs. As., Ariel, 1997. <br>(5) Borges, J. L., "Introduction à la Poétique, de Paul Valéry", en Ob. C., Barcelona, Emecé, 1996, 1. IV, p. 368. <br>(6) Op. cit., nota 1, p. 56. <br>(7) Op. cit., nota 4, p. 36. <br>(8) Ibid., pp. 38-39. <br>(9) Op. cit., nota 1, p. 56.<br>(10) Piglia, R., Crítica y ficción, Bs. As., Fausto, 1993, p. 107. <br>(11) Ibid., pp. 130-132.</span></p><p align="justify" class="smalltext" style="font-size: 10px;"><span style="font-size: 17px; line-height: normal; -webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> </span></p></td></tr><tr></tr></tbody></table>Disponível em: descartes.org.ar. Acesso em: 30 março 2014.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-55891431542810581732014-01-21T15:02:00.002-08:002014-01-21T15:02:59.322-08:00Comentário sobre a prova de Língua Portuguesa e Literaturas do Vest UFES 2014Das nove obras indicadas no programa da prova de Língua Portuguesa e Literaturas, apenas o poema <i>Monólogo de uma sombra </i>não foi abordado. A maioria das questões cobrou aspectos literários dos livros, mesmo quando associados ao uso sintático-semântico de termos da língua portuguesa. A última questão, no entanto, explorou apenas pontos gramaticais, mesmo apoiada em trechos de obra literária. As demais questões, como já me referi, foram propostas no sentido de verificar o conhecimento do vestibulando, relacionando as obras ao contexto e ao teor literário de sua produção.<br />
É o caso da 1ª questão ("Singularidades de uma rapariga loura", <i>Dois perdidos numa noite suja</i> e <i>O matador), </i>em que se pedia a identificação do realismo nos excertos como escrita literária e/ou como período literário. Como escrita literária, os trechos das três obras apresentam as características apontadas por Harry Shaw; por outro lado, apenas o fragmento do conto de Eça de Queiroz foi produzido no período realista.<br />
Ao solicitar ao candidato a explicação do uso proclítico em início de frase na fala do personagem Tonho, na 2ª questão, não bastava apenas apontar a coloquialidade desse uso. Pelo gabarito já divulgado, esperava-se que o vestibulando associasse esse uso à intencionalidade de imprimir realismo ao diálogo entre os personagens.<br />
Na 3ª questão, esperava-se que o candidato reconhecesse as figuras de linguagem presentes nos fragmentos. Elas articulam o uso linguístico de termos da língua portuguesa ao fenômeno literário.<br />
A 4ª questão, abordando a narrativa moçambicana <i>Terra sonâmbula</i>, dividiu-se em dois itens. O primeiro cobrou do estudante o conhecimento sintático-semântico, isto é, esperava-se que o vestibulando articulasse as ideias de causa e consequência ao personagem a que o trecho se refere, Taímo. O segundo item pediu um neologismo, explicado também do ponto de vista literário.<br />
Puramente gramatical foi a 5ª e última questão, sem qualquer relação a explicação literária.<br />
De maneira geral, a prova de Língua Portuguesa e Literaturas desse vestibular da UFES articulou conhecimento linguístico e literário.<br />
Entre os links deste blog, encontram-se os atalhos para acessar as provas e as respostas esperadas.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-46295083609453830552014-01-19T16:23:00.002-08:002014-01-19T16:25:35.746-08:00Comentário sobre a 3ª questão da prova de Redação do Vest UFES 2014A questão propõe a redação de uma carta, cujo destinatário é o presidente de uma associação de caminhoneiros, sobre uma das frases que geralmente se lê na traseira de um caminhão. A partir dessa escolha, o candidato determinaria o tema da questão. O assunto é <u>preconceito</u>: contra a mulher, no caso da primeira frase; contra o pobre, no caso da segunda; contra o Estado capixaba, se for a terceira frase; e contra a característica étnica, se for a quarta frase.<br />
O remetente da carta poderia ser qualquer indivíduo que não concordasse com a reprodução preconceituosa de certos valores que ainda persistem em nossa sociedade ou mesmo alguém que se sentisse ofendido com a ideia veiculada na frase. Em ambos os casos, a carta deveria expressar discordância em relação à veiculação da frase preconceituosa. Pode-se argumentar apontando as conquistas que o segmento social discriminado tem conseguido ao longo da história e, sobretudo, mostrar ao destinatário as consequências legais que a continuidade da difusão dos chamados "dísticos" de caminhão poderia acarretar.<br />
Em suma, o gênero "carta" também não é desconhecido pelo vestibulando, como também os temas a serem desenvolvidos são amplamente abordados em sala de aula do ensino médio. Também essa questão não apresentou coletânea de apoio, valorizando-se assim o conhecimento que cada candidato teria sobre o tema desenvolvido.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-19959778043637746812014-01-19T15:26:00.001-08:002014-01-19T15:38:31.502-08:00Comentário sobre a 2ª questão da prova de Redação do Vest UFES 2014Diferente da primeira, a questão propõe uma hipótese de edição de revista que trata de assuntos ambientais. O candidato deveria redigir um editorial defendendo <u>o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo para os problemas do trânsito</u>. Esse é o tema. O editorial de uma revista, por sua vez, constitui um gênero textual que representa a posição ideológica do veículo de comunicação, nesse caso voltado para o meio ambiente. Sem coletânea de apoio, o candidato poderia apresentar quaisquer argumentos que comprovassem a eficácia do meio de condução alternativo - a bicicleta - para solucionar problemas da mobilidade urbana. Apresento algumas ideias:<br />
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1 - Utilização da bicicleta como solução para diminuir a enorme quantidade de automóveis em circulação e a consequente diminuição de emissão de poluentes. A esses efeitos, podem-se acrescentar outros, como a economia do ponto de vista financeiro e os benefícios à saúde do ciclista.</div>
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2 - Construção de ciclovias com menos investimentos, em relação aos custos com ampliação de avenidas.</div>
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3 - Redução de problemas com transporte coletivo.</div>
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4 - Diminuição de acidentes de trânsito e, consequentemente, de vítimas. Se o candidato soubesse de alguma estatística sobre acidentes de trânsito, seria interessante colocar.</div>
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Esses e outros elementos, a partir do conhecimento de mundo e das leituras de cada um, podem ser estruturadores de um editorial, que teria uma introdução apresentando imediata e objetivamente o TEMA e a TESE (parágrafo inicial), um desenvolvimento (dois parágrafos com ARGUMENTOS em defesa do uso da bicicleta como solução para a mobilidade urbana) e uma conclusão (parágrafo final) em que se cobraria do poder público as medidas necessárias para estimular o uso desse transporte barato e saudável.<br />
Enfim, o editorial é um gênero do tipo dissertativo-argumentativo, amplamente abordado na preparação dos candidatos para a prova de Redação. Não é a primeira vez que a Banca Examinadora da UFES propõe esse gênero, nem o tema também é tão distante de nossa realidade. A novidade, nessa prova, é que não houve textos de apoio, dificultando a abordagem do tema para aquele que não tem o hábito de leitura, mas, por outro lado, deixando ao candidato a escolha de seus próprios argumentos.</div>
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Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-58789158430467861152014-01-19T14:11:00.000-08:002014-01-19T14:34:48.771-08:00Comentário sobre a 1ª questão da prova de Redação do Vest UFES 2014Escrever uma crônica sobre <u>a própria experiência de escrita na escola básica</u> - tema da questão - representa uma proposta audaciosa e inclusiva, pois supõe a presença de um sujeito - o candidato - que usará a memória para construir seu relato. Ao mesmo tempo que narra tal aspecto de sua vivência escolar, o cronista poderá exercer sua crítica quanto à abordagem dessa faceta da educação brasileira e à necessidade de engajamento do cidadão, pela escrita, em nossa sociedade letrada. Quem passou pela educação básica sabe que a presença da escrita na vida de um estudante geralmente se dá menos por prazer e mais por obrigatoriedade, seja em provas escritas, seja em processos seletivos. Em seu relato, possivelmente o cronista abordará as facilidades ou as dificuldades vividas, a relação com seus professores e as condições de produção, conforme seu ambiente escolar, sem citar nomes, obviamente. Na resposta, o candidato usará a primeira pessoa, com um texto bem pessoal sobre o tema, pois não se propõe qualquer situação simulada ou hipotética; pelo contrário, pede-se a experiência do indivíduo. Nesse caso, a mão do examinador possivelmente pesará sobre a estruturação do gênero "crônica", a abordagem do tema de forma subjetiva e ao mesmo tempo crítica, assim como o uso adequado da língua portuguesa em seu registro culto. A coesão e a coerência do texto também deverão ser muito valorizadas no processo textual. Nota dez para a proposta.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-11204933236815934642014-01-16T16:24:00.000-08:002014-01-16T16:26:11.807-08:00Obras literárias para o vestibular UFES 2015Excelente medida a diminuição do número de livros indicados para o vestibular da UFES em 2015. Agora o candidato aos cursos que incluem prova discursiva de Literaturas de Língua Portuguesa (brasileira, africana e portuguesa) na segunda etapa vão ler 7 obras. A lista ainda é extensa, mas representa um avanço no programa da disciplina. Vejam a indicação:<br />
I <i>Dois perdidos numa noite suja </i> - Plínio Marcos (teatro)<br />
II <i>Terra sonâmbula </i>- Mia Couto (narração/romance)<br />
III <i>Zero - </i>Douglas Salomão (poesia)<br />
IV <i>Ai de ti, Copacabana - </i>Rubem Braga (narração/crônicas)<br />
V <i>Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres - </i>Clarice Lispector (narração/romance)<br />
VI <i>Primeiras estórias - </i>Guimarães Rosa (narração/contos: "Famigerado", "A menina de lá", "A terceira margem do rio", "Pirlimpsiquice" e "Darandina")<br />
VII <i>O livro de Cesário Verde - </i>Cesário Verde (poesia)<br />
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Mantiveram-se os quatro primeiros do vestibular de 2014 e incluíram-se os três últimos. Produzirei apostila para os candidatos interessados. Aguardem!Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-22152081525824957862014-01-14T16:46:00.000-08:002014-01-14T16:47:09.597-08:00ZERO, de Douglas SalomãoComo resumir um livro de poemas que não contém títulos, com distribuição tipográfica em que o branco da página também enuncia seu silêncio, com o capricho das formas lembrando os concretistas da década de 50 e, mais recentemente, sob os influxos midiáticos que intervêm na poesia performática de um Arnaldo Antunes? Inicia-se o livro com duas epígrafes: uma frase do escritor-crítico Maurice Blanchot e um poema concretista do Augusto de Campos. A epígrafe inicial anuncia a ruptura que permeará os mais de 80 poemas de Douglas Salomão:<i> “Escrever é quebrar o vínculo que une a palavra ao eu”</i>. Significa que os poemas não devem ser lidos pela ótica subjetiva, pois a presença do “eu-lírico” será constantemente apagada para falar mais alto a estética formal que permeia os poemas. Já o poema de Augusto de Campos configura a influência que persegue os textos poéticos do livro, na forma de um zero, que aparece como palavra e como imagem no que se convencionou chamar poema concreto, mas que realiza no aspecto grafo-icônico o conteúdo que almeja: o nada.<br />
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<br />
O ideário estético de Douglas Salomão inclui-se nessa linha de Augusto de Campos. Embora não tenha aderido totalmente à ruptura do verso tradicional, há alguns poemas que refletem essa estética. <br />
Esses poemas visuais, portanto, longe de pertencerem a um estética dita “original”, fazem a releitura dos poemas de vanguarda do século XX, desde o cubo-futurismo, passando pelo concretismo brasileiro até chegar na poesia multimídia de Arnaldo Antunes, agora também representada na poesia de Douglas Salomão. Com já dito anteriormente, uma das propostas do livro é o distanciamento entre a palavra e o sujeito lírico (o “eu” do poema); no entanto, Douglas Salomão não segue à risca esse projeto estético, como impossibilidade de agregar-se a uma única estética neste início do século XXI. O apagamento do sujeito lírico, como já intentaram antes os poetas modernistas, não significa antilirismo. Pelo contrário, o lirismo se apresenta na voz que arruma as imagens e as contempla com certo distanciamento, sem perder, entretanto, sua identidade como <i>persona</i> lírica.</div>
Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-1600258046356810422014-01-14T16:19:00.000-08:002014-01-14T16:40:01.582-08:00AI DE TI, COPACABANA, de Rubem BragaDentre os vários cronistas de século XX, Rubem Braga guarda um lugar de destaque na literatura brasileira. Maestro da palavra, Rubem Braga se notabilizou com algumas coletâneas e crônicas publicadas em jornais como o Correio da Manhã, Diário de Notícias, A Manhã, O Globo e Correio da Manhã, que foram reunidas em obras-primas do gênero como <i>O conde e o passarinho</i> (sua primeira antologia), <i>Com a FEB na Itália</i>, <i>A borboleta amarela</i> e <i>Ai de ti, Copacabana</i>.<br />
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<i>Ai de ti, Copacabana</i> foi lançado em 1960 e traz 61 crônicas escritas entre abril de 1955 a fevereiro de 1960, período em que o escritor peregrinou, como ele mesmo afirma na nota introdutória da obra, "do Correio da Manhã foi para o Diário de Notícias e deste para O Globo." <br />
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Rubem Braga é um escritor que se diferencia de seus contemporâneos pelo fato de explorar o lirismo em suas crônicas. Diferentemente de um texto qualquer, a palavra recebe um tratamento poético digno de um Carlos Drummond de Andrade ou de um Vinícius de Moraes. Mestre no descobrir o lado significativo dos acontecimentos triviais, comunica suas descobertas ao leitor numa prosa de admirável simplicidade e precisão, cujo teor poético advém de uma visão essencialmente líricas das coisas.<br />
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Rubem Braga cria uma crônica poética, na qual alia um estilo próprio e um intenso lirismo, provocados pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza. <br />
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A obra abre com a crônica "A corretora do mar", em que o poeta Rubem Braga relembra o dia em que ele rejeitou, inicialmente, uma proposta de compras de terras por ter "uma pena imensa de cortar árvores." Para sua surpresa, ou como estratégia de venda, a vendedora compartilha desta opinião:<i> "Também tinha (pena). E então baixou a voz, sombreou os olhos de poesia e me disse que ela mesma, corretora, também comprava duas parcelas naquele terreno. E tinha certeza que também não teria coragem de mandar cortar seus pinheiros." Extasiado, não necessariamente pela oferta, mas pelos olhos azuis da vendedora, "confesso que paguei a primeira prestação: ela passou o recibo, sorriu, me disse ‘muchas gracias’ e ‘hasta lueguito’ e partiu com os olhos azuis, me deixando meio tonto, com a vaga impressão de ter comprado um pedaço do Oceano Pacífico."</i><br />
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Lirismo igualmente intenso veremos também na crônica "A minha glória literária", em que ele relembra uma composição de seu tempo de colégio sobre a lágrima: <i>"Quando a alma vibra, atormentada, às pulsações de um coração amargurado pelo peso da desgraça, este, numa explosão irremediável, num desabafo sincero de infortúnios, angústias e mágoas indefiníveis, externa-se, oprimido, por uma gota de água ardente como o desejo e consoladora como a esperança; e esta pérola de amargura arrebata pela dor ao oceano tumultuoso da alma dilacerada é a própria essência do sofrimento: é a lágrima." </i><br />
<i><br /></i>
A genialidade também aflora ao inventar, "Entrevista com Machado de Assis", um programa em que Machado de Assis, 50 anos após sua morte, é entrevistado, respondendo apenas com frases de suas crônicas, contos e romances. Sobre o trabalho, responderia Machado: <i>"O trabalho é honesto, mas há outras ocupações pouco menos honestas e muito mais lucrativas."</i>; sobre as brigas de galo: <i>"A briga de galos é o Jockey Club dos pobres"</i>;<i> "— O amor dura muito?"</i>. Resposta: <i>"Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos"</i>. Cúmulo de humildade, o entrevistador ainda pede desculpas: <i>"De qualquer modo, desculpa por havê-lo incomodado. Mas é que neste programa sempre entrevistamos alguém que já morreu..."</i>. Resposta: <i>"Há tanta coisa gaiata por esse mundo que não vale ir ao outro arrancar de lá os que dormem..."</i><br />
<i><br /></i>
"Quando o Rio não era Rio" apresenta também um belíssimo retrato de um Rio de Janeiro, então, para o autor, somente imaginário: <i>"As pessoas grandes que chegavam do Rio traziam malas fabulosas, cheias de presentes para todos. (...) As coisas do Rio de Janeiro eram assim, cheias de milagres e astúcias. E à noite, quando vinham visitas, os viajantes contavam as últimas anedotas do Rio de janeiro, pois naquele tempo não havia rádio. Lembro-me que, apesar de sentir esse fascínio do Rio de Janeiro, eu não pensava nunca em vir aqui. Isso simplesmente não me passava pela cabeça; o Rio de Janeiro era um lugar maravilhoso, onde vinham pessoas grandes e até eu pensava vagamente que no Rio de Janeiro só devia haver pessoas grandes."</i><br />
<i><br /></i>
Uma sutil ironia, sem deixar de lado o lirismo, pode ser identificada na belíssima crônica "A mulher esperando o homem", em que o autor aborda o drama feminino quando na espera por seu amado, apesar de ser um tema recorrente, <i>"sei que é velho, já serviu para sonetos, contos, páginas de romances, talvez quadros de pintura, talvez músicas"</i>, Rubem Braga apresenta possibilidades de se diminuir o sofrimento pela espera do amado: <i>"devia haver funcionários especiais, capazes de abastecer de quinze em quinze minutos, jurar que todas as providências já foram tomadas, 'estamos seguros de que dentro de poucos minutos teremos alguma coisa a dizer à senhora"'</i>. Um fato importante é o de que para o autor, independente da mulher, o sofrimento é significativo:<i> "não importa que seja a esposa vulgar de um homem vulgar; e que no fim a história do atraso dele seja também vulgar, neste momento ela é a mulher esperando o homem"</i>; e que se o homem soubesse o que se passa na cabeça de uma mulher enquanto ela o espera, <i>"é possível que ele ficasse pálido, muito pálido."</i><br />
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A crônica-título da obra é igualmente passível de ser comentada, visto a sua temática: a destruição da pecaminosa Copacabana. Rubem Braga, em "Ai de ti, Copacabana", apresenta uma intimidação irônica ao tradicional bairro boêmio do Rio de Janeiro na forma de 22 itens que exploram o cotidiano e os vícios da praia: <i>"2. Ai de ti, Copacabana, porque a ti chamaram Princesa do Mar, e cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras (...) 3. (...) estás perdida e cega no meio de tuas iniquidades e de tua malícia. (...) 5. Grandes são os teus edifícios de cimento, e eles se postam diante do mar qual alta muralha desafinado o mar; mas eles se abaterão. (...) 8. Então quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois na verdade não haverá terreno algum. (...) 10. Ai daqueles que passam em seus cadilaques buzinando alto, pois não terão tanta pressa quando virem pela frente à hora da aprovação."</i> Mesmo as mulheres e os homens sofrerão as agruras: <i>"11. Tuas donzelas se estendem na areia e passam no corpo óleo odoríferos para tostar a tez, e teus mancebos fazem das lambretas instrumentos de concupiscência."</i> E tais pecados não serão automaticamente perdoados: <i>"16. (...) a água salgada levará milênios para lavar os teus pecados de um só verão. (...) 19. Pois grande foi a tua vaidade , Copacabana, e fundas as tuas mazelas."</i> Por fim, a derradeira ameaça:<i> "22. Pinta-te qual mulher pública e coloca todas as tuas jóias, e aviva o verniz de tuas unhas e canta a tua última canção pecaminosa. (...) Canta a tua última canção, Copacabana!”</i>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-73802300898007613032014-01-14T16:08:00.002-08:002014-01-14T16:26:51.094-08:00TERRA SONÂMBULA, de Mia CoutoO título faz referência a dois importantes componentes dessa narrativa: a terra e o sonho. Mia Couto inicia o livro descrevendo a paisagem moçambicana:<br />
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<i>“Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Em cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão. Em resignada aprendizagem da morte”.</i><br />
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Ao abordar a “aprendizagem da morte”, o escritor apresenta a situação de Moçambique, que no ano de 1975, após uma década de guerra, conquista sua independência do colonialismo português. No entanto, esse acordo entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e Portugal, assinado em 1975, não libertou os moçambicanos da guerra. O cenário moçambicano era o mesmo, a guerra civil havia se estabelecido em Moçambique e só teria fim em 1992, com o Acordo Geral da Paz assinado pelo presidente de Moçambique e pelo presidente da RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique). Muidinga (o miúdo) e Tuahir são personagens cercados por este cenário, pela estrada morta, pelas cores sujas, enquanto ambos caminham juntos sem destino, “em busca do adiante”. São estereótipos dos milhares de moçambicanos, vagando em campos de refugiados.<br />
<br />
Nessa dura caminhada, Muidinga e Tuahir param ao encontrar um machimbombo (ônibus) queimado, e ali decidem descansar. O miúdo encontra dentro de uma mala cadernos manuscritos e passa a lê-los. Assim o menino e o velho passam a compartilhar o diário de Kindzu e vão encontrando personagens e histórias guiadas por sonhos, num Moçambique não muito distante. Em seu diário, Kindzu relata a busca por sua identidade, seu desejo de ser um guerreiro naparama e as dificuldades que a vida lhe impôs. Conta sobre a família: o pai, velho Taímo, era pescador e, segundo Kindzu, “sofria de sonhos”; a mãe que lhe ensinava a ser sombra; entre os irmãos, Kindzu fala de Junhito que havia ganhado o nome “Vinticinco de Junho” devido ao dia da independência de Moçambique. Após a morte do pai, Kindzu parte da casa onde morava com a mãe, por sentir-se perdido e insatisfeito. O garoto parte para uma viagem, sem destino final, sendo diversas vezes perseguido e atormentado pelo espírito e pelas lembranças do pai morto.<br />
<br />
Tuahir, Muidinga e Kindzu são frutos de seu país, seguem sem rumo certo, desorientados, situação um tanto semelhante com Moçambique, durante a guerra civil. Terra sonâmbula nos permite imaginar a situação em que se encontra o país, pois os relatos do velho Tuahir, de Muidinga e de Kindzu mostram a vida num local tomado pelos horrores da guerra, onde sonhar se torna um meio de fuga da cruel realidade. O livro denuncia a pobreza , o abandono do povo, uma terra sem lei, os efeitos da guerra.<br />
<br />
Os sonhos de Kindzu guiam sua viagem e seus relatos. Seu pai aparece nos sonhos, atormentando-o, mas algumas vezes o orienta. Em uma de suas conversas com o pai, questionado sobre o que escrevia nos cadernos, Kindzu comenta que escreve conforme vai sonhando. Taímo responde que é bom ensinar alguém a sonhar. Os sonhos e as fantasias aparecem de forma importante no livro, dão esperança, como no caso da viúva Virgínia Pinto que utiliza a fantasia para poder seguir sua vida tranquilamente e desviar os olhares dos interesseiros. A própria terra onde os personagens Tuahir e Muidinga se encontram se torna sonâmbula, pois a cada amanhecer os personagens deparam com mudanças no local, como se ela se movimentasse enquanto eles dormem. As viagens dos personagens promovem mudanças nos próprios viajantes, pois muitas vezes passam por locais já conhecidos, mas observados de outra forma.<br />
<br />
Quando caem numa armadilha e encontram Siqueleto, um velho que vivia sozinho sonhando com a reconstrução de sua aldeia, destruída pela guerra, é o velho que se encanta com seu nome escrito por Muidinga. Não há confronto de culturas, Mia Couto demonstra o valor de cada uma: o analfabeto, o letrado, o conhecedor, o sábio, cada um marcando sua importância para Moçambique.<br />
<br />
Em sua viagem, Kindzu se vê mediante a morte do amigo Surendra, o amor de Farida e, mais tarde, a perda da amada; encontra a ganância em Assane, a fome e o sofrimento no campo de refugiados onde encontra tia Euzinha. As mudanças presenciadas por Kindzu o afetam profundamente, como também Muidinga, ao ler seus cadernos. Tuahir e Muidinga fingem em um determinado momento ser Kindzu e Taímo, saem da realidade vivendo a fantasia, chamam-se de pai e filho. É durante sua caminhada com o velho Tuahir que Muidinga descobre que o tio havia lhe tirado da cova, que seria enterrado vivo até que Tuahir percebe o engano. Muidinga descobre também que havia ingerido um tipo de mandioca venenosa e foi tido como morto. Além da descoberta de seu passado, o miúdo se depara com novas descobertas, como a perda da virgindade com as “velhas profanadoras”. Aos poucos, instala-se uma relação parental, pois Tuhair de tio passa a ser pai. Afinal, Muidinga simboliza qualquer criança órfã, não apenas local, mas de todas as guerras, em todas as épocas.<br />
<br />
Em <i>Terra sonâmbula</i>, os personagens se encontram em situação precária, uma vez que o sofrimento e a dificuldade caminham juntos nas viagens de Kindzu, Tuahir e Muidinga. A história nos faz mergulhar e nos aproxima da realidade vivida pelos moradores de Moçambique, nos tempos de guerra. Mia Couto descreve cuidadosamente cada sofrimento, cada dificuldade e cada momento vivido por seus personagens de forma encantadora e poética. Logo, o leitor se vê obrigado a mergulhar junto nessa terra de sonhos e assim acaba também fantasiando e sonhando junto com seus personagens. Quando finalmente Kindzu tomba sob uma arma de fogo não se sabe de onde, conforme relata em seu último caderno intitulado “As páginas da terra”, ocorre o cruzamento entre as duas narrativas, pois no momento da enunciação, Kindzu encerra seu caderno vislumbrando um garoto que tem em suas mãos as folhas diárias de Kindzu, que o chama Gaspar. Finalmente Kindzu encontra quem procurava e Muidinga descobre sua origem.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-23736327840155403352014-01-14T16:06:00.003-08:002014-01-14T16:21:50.989-08:00DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA, de Plínio Marcos<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="text-align: left;">Escrita e estreada em 1966, em São Paulo, no Bar Ponto de Encontro, a obra foi inspirada no texto O terror de Roma, do escritor italiano Alberto Moravia. A história gira em torno de dois personagens, Paco e Tonho, sujeitos completamente distintos, que têm as vidas cruzadas ao acaso pelo destino.</span><br />
<span style="text-align: left;"><br /></span>
<div style="text-align: left;">
Tonho é um pobretão metido a coitado, que sai de sua terra natal e vai a São Paulo em busca de um trabalho que lhe possa dar um mínimo de dignidade. Na metrópole, acaba se encontrando com Paco, um mau caráter metido a malandro, com quem divide o aluguel de um quartinho. Tonho sonha com um par de sapatos novos, para que possa ficar apresentável e conseguir um emprego mais digno, enquanto Paco planeja ficar rico às custas dos outros. Muito acontece nessa história dramática, até que após um assalto realizado pelos dois parceiros, Paco inferniza Tonho a tal ponto que descontrola o seu amigo e o único resultado é a trágica morte do próprio Paco, assassinado por Tonho.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
A relação entre os personagens é de uma instabilidade constante, onde ódio, inimizade, intriga e, ao mesmo tempo, companheirismo conectam os dois. Em grande parte da peça teatral, ambos ficam dentro de um quarto, um ambiente prisional que mostra em detalhes a transgressão do ser humano, consumidos pela marginalização que a própria sociedade constrói. A solidão e o aparente cárcere levam os personagens à condição abjeta do ser. O ambiente criminal está instalado em toda obra. Tonho tem estudo, pensa diferente de Paco, visa a um emprego decente, mas acaba sendo consumido pela violência do companheiro.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
A exploração do melhor pelo pior, do mais forte pelo mais fraco, eis o tema que a peça desenvolve até a “explosão” final. Após assaltarem um casal, o enredo começa a mudar o curso: os dois discutem sobre a partilha do assalto, Tonho revive a todo instante em sua memória o deboche de Paco sobre a história do tão sonhado par de sapatos novos e as brincadeiras sobre seu envolvimento com o “Negrão” do caminhão, apelidando-o de “Boneca do Negrão”. Ao fim da partilha lhe sobram somente os sapatos. Tonho fica extremamente irritado com toda a situação, além de os sapatos não servirem, e tem uma reação contrária a qualquer expectativa esperada. Tonho muda repentinamente a ação, tornando-se o criminoso. “Explode” em uma loucura momentânea, pega o revólver de Paco, põe uma bala e o ameaça matar; antes, porém, faz o sarcástico Paco usar brinco, dançar e rebolar sobre a mira do revólver, finalizando com um tiro e matando-o. Tonho sai de cena se anunciando como “Tonho Maluco! O Perigoso, Mau Pacas!”</div>
</div>
Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-19914994065360982402014-01-13T16:20:00.002-08:002014-01-13T16:20:15.800-08:00SÍNTESE DOS GÊNEROS TEXTUAIS RECORRENTES NAS PROVAS DE REDAÇÃO EM VESTIBULARES[1]<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; border: none; margin-left: 5.4pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-insideh: .5pt solid windowtext; mso-border-insidev: .5pt solid windowtext; mso-padding-alt: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-yfti-tbllook: 480;">
<tbody>
<tr>
<td style="border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="tab-stops: 31.95pt center 75.7pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">GÊNERO<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">CARACTERÍSTICAS<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">ESTRUTURA<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">1. Carta
aberta<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Formato
de carta, para publicação em veículo de comunicação; contém ponto de vista
sobre assunto de interesse social; existência de <b>remetente</b> (coletivo/individual) e <b>destinatário </b>(coletivo/individual); título com destinatário ou
assunto: <i>Carta aberta à população
brasileira</i> ou <i>Carta aberta sobre a
situação dos controladores de vôo</i>; <b>texto
datado</b>.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com apresentação do remetente e do motivo da carta
aberta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com considerações e argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com reafirmação do propósito da carta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Local e data </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com assinatura (iniciais, se remetente individual)<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">2. Carta
argumentativa<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="tab-stops: 58.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto de correspondência, com formato decalcado: <b>local e data, vocativo, corpo da carta,
saudação final, assinatura.<o:p></o:p></b></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com apresentação do remetente, do tema e da tese
assumida sobre o tema. <b>Atenção: a
proposta pode pedir máscara do remetente.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com reafirmação da tese assumida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">A assinatura depende das instruções. A
UNICAMP instrui que sejam as iniciais. </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">Caso não haja qualquer orientação, usar as iniciais do próprio nome.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">3. Cartão
postal<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="tab-stops: 58.8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT;">Trata-se de uma simplificação da
carta simples. Tem a forma de um pequeno retângulo de papelão fino, com a
intenção de circular pelo Correio sem envelope; uma das faces destina-se ao
endereço do destinatário, postagem do selo, mensagem do remetente; a outra
contém alguma imagem, geralmente um fotografia local ou reproduçao de uma
peça artística ou publicitária.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT;">Como se trata de carta, contém: </span><b><span style="font-size: 9.0pt;">local e
data, vocativo, corpo da carta, saudação final, assinatura. </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">Aproxima-se mais de um bilhete, pois mesmo sendo
missiva informal com assunto particular, circula sem envelope. A linguagem é
informal e o número de linhas é limitado. Estrutura-se em:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com objetivo do cartão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com informações, considerações ou detalhamento do
objetivo do cartão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com reafirmação do objetivo do cartão.</span><span lang="PT" style="font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">4.
Manifesto<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto
de apoio ou repúdio a uma questão de ordem social; programa ideológico e/ou
literário (Manifesto Comunista, Manifesto Futurista...); geralmente <b>sem destinatário</b>; <b>signatário </b>individual ou coletivo; <b>texto datado</b>.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com apresentação do assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com considerações e argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com reafirmação do propósito do manifesto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Local e data </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com assinatura (iniciais, se remetente individual)<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">5. Conto<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Narração
ficcional, com narrador, personagem, ação, espaço, tempo. Foco narrativo em
1ª ou 3ª pessoa (narrador personagem ou narrador observador)<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com
apresentação de personagem, cenário, tempo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com ações (conflito entre personagens)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desfecho </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">(solução
do conflito)<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">6. Fábula<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Narração
curta, que contém uma instrução moral, em forma sintética, cujos personagens
são animais que representam qualidades humanas.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com
apresentação de personagens, cenário, tempo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com ações (conflito entre personagens)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desfecho </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">(solução
do conflito)<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">7. Relato
de viagem<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Relato
de experiências vividas durante uma viagem; foco de interesse mais no lugar
visitado e menos nas emoções do sujeito; <b>texto
datado</b>.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com características mais atrativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com a exploração de aspectos mais relevantes: belezas
naturais, pontos turísticos, culinária, folclore, arquitetura, transporte
etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com a impressão geral sobre o lugar visitado.</span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">8. Relato
autobiográfico<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Relato
de experiências durante a vida, desde o nascimento até o momento da escrita;
memórias, redigidas em primeira pessoa, em que o narrador destaca os fatos
mais importantes de sua vida para um leitor.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com auto-apresentação — por exemplo, data e local de
nascimento, nome dos pais<b>(com máscara,
no caso do vestibular, para não haver identificação na prova de redação)</b>,
características físicas e psicológicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com ações marcantes vividas na infância, adolescência
e idade atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com expectativas, projetando o futuro conforme
instruções da prova de redação.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">9. Biografia<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Relato
de experiências durante a vida de uma pessoa, desde o nascimento até o
momento da escrita, redigido em 3ª pessoa, em que o biógrafo destaca os fatos
mais significativos da vida de uma pessoa (real) ou de um personagem
(fictício) para um leitor. Existem biografias autorizadas (em que o
biografado colabora com os próprios dados) e biografias não autorizadas
(geralmente contendo fatos escandalosos).<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com apresentação da pessoa ou do personagem — por
exemplo, data e local de nascimento, nome dos pais, características físicas e
psicológicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com ações marcantes vividas na infância, adolescência
e idade adulta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com fatos relevantes que marcaram a vida do
biografado, como seu papel social, por exemplo.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">10. Diário
íntimo<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Registro
de experiências vividas no dia; foco nas impressões, emoções e sentimentos do
sujeito diante de fatos, acontecimentos e reflexões cotidianos; <b>texto datado</b>.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Data (dia, mês e ano)<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 9.0pt;">Estrutura-padrão:
introdução, desenvolvimento e conclusão.<b><o:p></o:p></b></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">11.
Testemunho<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">O
testemunho é um gênero que se encontra entre a autobiografia e a biografia.
Depoimento em 1ª pessoa.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Estrutura-se
como um tipo narrativo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">12. Notícia<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto
informativo; veiculação de um fato real que desperte interesse no leitor, expressa
de maneira rápida e direta.<b><o:p></o:p></b></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução</span></b><span style="font-size: 9.0pt;"> com apanhado geral dos fatos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Demais parágrafos </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com particularização dos aspectos mais importantes.
Notícias de maior extensão apresentam depoimentos de testemunhas do fato ou
autoridades sobre o assunto.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr style="height: 76.65pt; mso-yfti-irow: 13;">
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; height: 76.65pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">13. Crônica<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 76.65pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Registro
de fato do cotidiano, a partir de experiência vivida, em que o cronista faz
suas reflexões. Foco narrativo em 1ª pessoa; geralmente <b>texto datado</b>. <o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 76.65pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com
apresentação do fato que será analisado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com relato e reflexões do cronista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com reafirmação do ponto de vista adotado.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">14. Diálogo
argumentativo<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">De
caráter persuasivo, visa apresentar argumentos a fim de provocar, entre os
interlocutores, mudança de ideia, atitude ou comportamento; não há narrador.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Estrutura
dialógica, graficamente disposta em parágrafos e travessões. Os argumentos
seriam os que os interlocutores trocariam em função de uma tese e defesa
dessa tese. <o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">15. Resenha
resumo ou resenha descritiva<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">É
um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de
um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou
julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo
principal é informar o leitor.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Devem
constar: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">O
título (no vestibular, somente se for solicitado nas instruções)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">A
referência bibliográfica da obra <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Alguns
dados bibliográficos do autor da obra resenhada <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">O
resumo ou a síntese do conteúdo.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">16. Resenha
crítica*<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Além
de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os
aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação
e de opinião, também denominado de recensão crítica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Devem
constar: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">O
título (no vestibular, somente se for solicitado nas instruções)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">A
referência bibliográfica da obra <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Alguns
dados bibliográficos do autor da obra resenhada <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">O
resumo ou a síntese do conteúdo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">A
avaliação crítica <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Se
for o caso, fazer comparação com outro autor (questão de vestibular).<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">17. Texto
ou artigo de opinião*<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto
jornalístico argumentativo; tese sobre o tema dado, que será defendida com
argumentos.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com tese sobre o tema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com argumentos. <b>Conclusão
</b>com reafirmação da tese.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">18.
Editorial*<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto
jornalístico argumentativo: reflete a ideologia do veículo de comunicação;
geralmente não é assinado; tese sobre o tema dado, que será defendida por
meio de argumentos.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com
tese sobre o tema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com
reafirmação da tese.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr style="height: 86.95pt; mso-yfti-irow: 19;">
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; height: 86.95pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">19.
Comentário crítico*<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 86.95pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">É
um texto que apresenta descrição do objeto — charge, anúncio publicitário,
quadrinhos — ou assunto a ser comentado. Apresenta também um aspecto
avaliativo, com juízo de valor sobre o objeto ou assunto, tendo, portanto,
teor dissertativo.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 86.95pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com descrição do objeto ou apresentação do assunto e
da opinião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com argumentos e considerações. <o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr style="height: 312.0pt; mso-yfti-irow: 20;">
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; height: 312.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">20. Ensaio*<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 312.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Texto
científico-acadêmico, de defesa de um ponto de vista, associado a um assunto
mais amplo em investigação; geralmente destina-se a trabalhos de fim de
semestre nos cursos de graduação e pós-graduação nas universidades
brasileiras; pode ser referência a seção jornalística que apresenta ponto de
vista; trata-se, portanto, da nossa conhecida dissertação; linguagem
dissertativa exige objetividade, porém deve ficar evidente o ponto de vista
assumido pelo ensaísta.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; height: 312.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Introdução </span></b><span style="font-size: 9.0pt;">com tese, usando recurso técnico de parágrafo
introdutório (alusão histórica, definição, divisão, citação – ótimo iniciar
citando com artigo de lei, por exemplo).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Desenvolvimento </span></b><span style="font-size: 9pt;">com argumentos que podem ser organizados por:
analogia, confronto (ótimo fazer contra-argumentação), causas e
conseqüências, exemplificação, citação (inclusive argumento de uma autoridade
no tema), enumeração de dados estatísticos (argumento difícil de refutar),
tudo isso articulado a uma tese (é importante explicitá-la na introdução).
Enunciados de questões às vezes propõem o uso de certo recurso argumentativo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Conclusão </span></b><span style="font-size: 9pt;">com a reafirmação da tese, em que se faz uma síntese
da argumentação, dessa vez mostrando a articulação dos fundamentos para
comprovar seu ponto de vista; pode ser proposta de solução (na prova do ENEM
geralmente se pede).</span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">21.
Discurso*<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Trata-se
de gênero discursivo produzido para ser proferido oralmente a um auditório em
um evento solene. Expressa formalmente a maneira de pensar e de agir
do(s)locutor(es) e sua visão acerca dos interlocutores presentes na
solenidade. Por se tratar de um texto construído com o objetivo de defender
um ponto de vista sobre determinado assunto, buscando o convencimento do
auditório e, logo, sua adesão às ideias defendidas, é um gênero com
características predominantemente expositivo-argumentativas. <o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Devido
a essa forma de interação, o ponto de vista defendido deve ser fundamentado
com explicações, razões, ilustrações, citações etc.<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">22. Verbete<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">É
um gênero textual comum a enciclopédias e dicionários, seja na forma
tradicional, seja na forma eletrônica. Em prova de redação, o título do texto
é o termo a ser definido, explicado e exemplificado; localiza-se à esquerda
do texto. O texto se inicia a linha abaixo, constituído por parágrafos.
Basicamente é um texto descritivo-informativo, escrito em 3ª. pessoa,
portanto sem qualquer referência subjetiva.<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Constitui-se
de:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Título</span></b><span style="font-size: 9.0pt;">: termo a ser definido<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">1º parágrafo</span></b><span style="font-size: 9.0pt;">: definição do termo; pode ser feita de forma sucinta
a descrição gramatical: substantivo, adjetivo, verbo etc., bem como suas
flexões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">2º parágrafo</span></b><span style="font-size: 9.0pt;">: exemplos de situação em que o termo aparece. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Dependendo
da proposta de redação, pode-se também apresentar uma vantagem e uma
desvantagem do uso do conceito atribuído ao termo. <o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 142.4pt;" width="190"><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">23.
Relatório<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 167.4pt;" valign="top" width="223"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Trata-se
de um texto informativo-descritivo, em que os redatores apresentam
informações sobre atividades desenvolvidas em escolas, em ambientes de
trabalho, em visitas técnicas, em projetos acadêmicos etc. Deve ser redigido
de forma objetiva, sem uso da 1ª. pessoa do singular ou do plural. Geralmente
o relatório é dirigido a chefes, supervisores, professores etc. <o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 172.15pt;" valign="top" width="230"><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 9.0pt;">Basicamente,
um relatório apresenta a seguinte estrutura:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Apresentação do projeto</span></b><span style="font-size: 9.0pt;"> (público-alvo, objetivos e justificativa). Isso pode
ser feito em um parágrafo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 9.0pt;">Relato das atividades desenvolvidas e
comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade</span></b><span style="font-size: 9.0pt;">. Trata-se do desenvolvimento do relatório. Portanto,
haveria um ou mais parágrafos para apresentar as atividades desenvolvidas e
um parágrafo conclusivo, apresentando os benefícios sociais dessas
atividades.</span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 10.0pt;">* Os textos são de caráter dissertativo,
portanto possuem a mesma estrutura-padrão, consideradas as diferenças
estruturais do gênero.<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Virg%C3%ADnia/Documents/S%C3%8DNTESE%20DOS%20G%C3%8ANEROS%20TEXTUAIS%20RECORRENTES%20NAS%20PROVAS%20DE%20REDA%C3%87%C3%83O%20EM%20VESTIBULARES.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> <span style="font-size: 8.0pt;">Quadro organizado por professora Virgínia Cœli Passos
de Albuquerque, com base nas provas de redação de vestibulares dos últimos dez
anos.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-77271471577507556522013-11-26T14:54:00.002-08:002013-11-26T14:57:08.209-08:00"Penso, Logo Sou Ateu": falso ou verdadeiro? Ou, no melhor do inglês: fake or true?Deparei agora, no feed de notícias do Facebook, com um perfil intitulado "Penso, Logo Sou Ateu" que veicula uma foto de mulher em desespero com a seguinte legenda: "Fui debater com um ateu / Ele usou fatos, dados científicos, história, arqueologia, lógica, razão e até a própria bíblia contra mim... Isso não é justo!!!" Para não ser deselegante e iniciar uma discussão infundada (ou fundada em certezas, como quiserem) com quem postou, respondo aqui, no meu espaço, à intolerância de certo ateísmo. Antes de iniciar minha contestação à publicação, coloco-me como "livre pensadora", pois religação (ou religião) com o sagrado é um princípio independente de dogmas, sectarismos, denominações, nomeações etc.<br />
Vamos ao título: trata-se de uma falácia, em que a premissa maior seria "quem pensa é ateu". Premissa menor: "Ora, eu penso"; "logo, sou ateu". O pensamento é válido, mas falso. Por isso, é um sofisma bem ao gosto dos socráticos. E a "certeza" da premissa maior se desgasta por ser excludente. Aí reside a falsidade... Quanto à imagem da mulher, se adotarmos uma análise semiótica, conseguiremos chegar ao nível profundo do discurso carregado de uma ideologia que se pretende dominante e dona da verdade: a mulher desesperada por não pensar. Por que mulher? Por ser submissa e manipulável, superficial e desbotada, um ser anencéfalo e desprovido de argumentos. Por isso a frase final: "Isso não é justo!!!". Essa montagem tendenciosa e de cunho ideológico-patriarcal se rende ela mesma à bobagem que enuncia. E acrescento, sem querer ser dona da verdade: o ateu que escreveu isso não pensa. E devolvendo assim o sofisma: Não penso; logo, sou ateu. Valha-me, Jorge!Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-83858493907917150562013-11-24T16:46:00.002-08:002013-11-24T16:46:53.821-08:00Finalmente, a apostila de resumos e análises das obras literárias UFES 2014...Gente, custou... Mas saiu... Muitas vezes temos que adiar nosso planejamento, por conta de outras urgências, como ficar com a neta - ver um filho crescer é lindo, ver uma neta crescer é sublime! - ou recomeçar com aulas de literatura na Universidade. No entanto, já estou fazendo as cópias para os primeiros interessados. Ainda é tempo de estudar, ainda é tempo de revisar... Um grande abraço!Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-35914593006840136702013-10-27T13:02:00.000-07:002013-10-27T13:02:35.296-07:00Sobre o tema da prova de redação ENEM/2013Antes mesmo de ler na íntegra a prova de redação do ENEM/2013, já podemos adiantar algumas ideias para quem saiu do teste mais cedo.<br />
O tema "Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil" necessariamente deverá articular-se ao problema da ingestão de bebidas alcoólicas, apresentado como uma das causas do elevado número de vítimas no trânsito brasileiro. Espera-se que o candidato se posicione sobre as consequências da Lei que trata com rigor o condutor alcoolizado de um veículo. Das duas uma: ou o candidato adota um ponto de vista avaliando positivamente a Lei Seca, apontando como resultado a redução, mesmo que mínima, dos acidentes de trânsito, senão, pelo menos, a conscientização que muitos brasileiros passaram a ter a partir dela, ou assume uma perspectiva mais negativa, argumentando que os números de acidentes nas cidades e nas estradas recrudesceram, ao invés de diminuírem, uma vez que a ingestão do álcool é uma entre tantas causas da situação desastrosa no tráfego de veículos, como a negligência e a imprudência de motoristas, além da falta de manutenção das rodovias brasileiras.<br />
A segunda posição, talvez a mais próxima de nossa realidade, não exclui a primeira, porquanto a Lei Seca supostamente atingiria, repito, uma das causas de mortes no trânsito brasileiro; no entanto, tomada isoladamente, a medida torna-se estéril, haja vista que alguns mecanismos para burlar o controle e a fiscalização, como os avisos no twitter e no waze, revelam a falta de seriedade e de responsabilidade de quem dirige alcoolizado. Além disso, mesmo com o aumento das blitz policiais, o transgressor da lei encontra a leniência de outras leis que não preveem punição mais rigorosa ao infrator.<br />
O tema, por fazer parte do cotidiano da juventude brasileira, já que a maioria das vítimas encontra-se na faixa entre 18 e 24 anos, não apresenta grande dificuldade para ser desenvolvido, mas requer do candidato atenção para não repetir frases feitas ou cair nos clichês ("o carro é uma arma", por exemplo). Quem souber argumentar com fatos, dados e elementos inferidos da coletânea de textos - sem copiá-los -, possivelmente redigirá um texto sem grandes entraves, a não ser aqueles inerentes a qualquer exame importante, como o nervosismo e a falta de tempo na organização das ideias. Fora isso, o INEP mais uma vez acrescentou aos temas já propostos no ENEM uma questão de elevada gravidade, possibilitando ao candidato refletir sobre a própria conduta ou a de seu círculo social, desde familiares, colegas de escola, amigos, até, por que não, dos legisladores brasileiros, que não promovem as mudanças necessárias para evitar a impunidade.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-22771577874383724032013-10-09T12:26:00.003-07:002013-10-10T11:46:05.314-07:00Machado de Assis vegetariano: isso não é piada...<b>MACHADO DE ASSIS QUERIA SER VEGETARIANO</b><br />
Vejam esta crônica escrita em 5 de março de 1893 na coluna "A Semana" no jornal "Gazeta de Notícias".<br />
<br />
Quando os jornais anunciaram para o dia 10 deste mês uma parede de açougueiros, a sensação que tive foi mui diversa da de todos os meus concidadãos. Vós ficastes aterrados; eu agradeci o acontecimento ao céu. Boa ocasião para converter esta cidade ao vegetarismo.<br />
<br />
Não sei se sabem que eu era carnívoro por educação e vegetariano por princípio. Criaram-me a carne, mais carne, ainda carne, sempre carne. Quando cheguei ao uso da razão e organizei o meu código de princípios, incluí nele o vegetarismo; mas era tarde para a execução. Fiquei carnívoro. Era a sorte humana; foi a minha. Certo, a arte disfarça a hediondez da matéria. O cozinheiro corrige o talho. Pelo que respeita ao boi, a ausência do vulto inteiro faz esquecer que a gente come um pedaço de animal. Não importa, o homem é carnívoro.<br />
<br />
Deus, ao contrário, é vegetariano. Para mim, a questão do paraíso terrestre explica-se clara e singelamente pelo vegetarismo. Deus criou o homem para os vegetais, e os vegetais para o homem; fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs o homem nele. Comei de tudo, disse-lhe, menos do fruto desta árvore. Ora, essa chamada árvore era simplesmente carne, um pedaço de boi, talvez um boi inteiro. Se eu soubesse hebraico, explicaria isto muito melhor.<br />
<br />
Vede o nobre cavalo! O paciente burro! O incomparável jumento! Vede o próprio boi! Contentam-se todos com a erva e o milho. A carne, tão saborosa à onça, — e ao gato, seu parente pobre, — não diz cousa nenhuma aos animais amigos do homem, salvo o cão, exceção misteriosa, que não chego a entender. Talvez, por mais amigo que todos, come-se o resto do primeiro almoço de Adão, de onde lhe veio igual castigo.<br />
<br />
Enfim, chegou o dia 10 de março; quase todos os açougues amanheceram sem carne. Chamei a família; com um discurso mostrei-lhe que a superioridade do vegetal sobre o animal era tão grande, que devíamos aproveitar a ocasião e adotar o são e fecundo princípio vegetariano. Nada de ovos, nem leite, que fediam a carne. Ervas, ervas santas, puras, em que não há sangue, todas as variedades das plantas, que não berram nem esperneiam, quando lhes tiram a vida. Convenci a todos; não tivemos almoço nem jantar, mas dous banquetes. Nos outros dias a mesma cousa.<br />
<br />
Não desmaies, retalhistas, nesta forte empresa. Dizia um grande filósofo que era preciso recomeçar o entendimento humano. Eu creio que o estômago também, porque não há bom raciocínio sem boa digestão, e não há boa digestão com a maldição da carne. Morre-se de porco. Quem já morreu de alface? Retalhistas, meus amigos, por amor daquele filósofo, por amor de mim, continuei a resistência. Os vegetarianos vos serão gratos. Tereis morte gloriosa e sepultura honrada, com ervas e arbustos. Não é preciso pedir, como o poeta, que vos plantem um salgueiro no cemitério; plantar é conosco; nós cercaremos as vossas campas de salgueiros tristes e saudosos. Que é nossa vida? Nada. A vossa morte, porém, será a grande reconstituição da humanidade. Que o Senhor vo-la dê suave e pronta.<br />
<br />
Compreende-se que, ocupado com esta passagem de doutrina à prática, pouco haja atendido aos sucessos de outra espécie, que, aliás, são filhos da carne. Sim, o vegetarismo é pai dos simples. Os vegetarianos não se batem; têm horror ao sangue. Gostei, por exemplo, de saber que a multidão, na noite do desastre do Liceu de Artes e Ofícios, atirou-se ao interior do edifício para salvar o que pudesse; é ação própria da carne, que avigora o ânimo e a cega diante dos grandes perigos. Mas, quando li que, de envolta com ela, entraram alguns homens, não para despejar a casa, mas para despejar as algibeiras dos que despejavam a casa, reconheci também aí o sinal do carnívoro. Porque o vegetariano não cobiça as causas alheias; mal chega a amar as próprias. Reconstituindo segundo o plano divino, anterior à desobediência, ele torna às idéias simples e desambiciosas que o Criador incutiu no primeiro homem.<br />
<br />
Se não pratica o furto, é claro que o vegetariano detesta a fraude e não conhece a vaidade. Daí um elogio a mim mesmo. Eu não me dou por apóstolo único desta grande doutrina. Creio até que os temos aqui, anteriores a mim, e, — singular aproximação! — no próprio conselho municipal. Só assim explico a nota jovial que entra em alguns debates sobre assuntos graves e gravíssimos.<br />
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Suponhamos a instrução pública. Aqui está um discurso, saído esta semana, mas proferido muito antes do dia 11 de março; discurso meditado, estudado, cheio de circunspeção (que o vegetariano não repele, ao contrário) e de muitas pontuações alegres, que são da essência da nossa doutrina. Tratava-se dos jardins da infância. O Sr. Capelli notava que tais e tantos são os dotes exigidos nas jardineiras, beleza, carinho, idade inferior a trinta anos, boa voz, canto, que dificilmente se poderão achar neste país moças em quantidade precisa<br />
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Não conheço o Sr. Maia Lacerda, mas conheço o mundo e os seus sentimentos de justiça, para me não admirar do cordial não apoiado com que ele repeliu a asseveração do Sr. Capelli. Não contava com o orador, que aparou o golpe galhardamente: "Vou responder ao se não apoiado, disse ele. As que encontramos, remetendo-as para lá, receio, que, bonitas como soem ser as brasileiras, corram o risco de não voltar mais, e sejam apreendidas como belos espécimes do tipo americano”.<br />
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Outro ponto alegre do discurso é o que trata da necessidade de ensinar a língua italiana, fundando-se em que a colônia italiana aqui é numerosa e crescente, e espalha-se por todo o interior. Parece que a conclusão devia ser o contrário; não ensinar italiano ao povo, antes ensinar a nossa língua aos italianos. Mas, posto que isto não tenha nada com o vegetarismo, desde que faz com que o povo possa ouvir as óperas sem libreto na mão, é um progresso.<br />
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ASSIS, Machado de. <b>Obras completas. </b>Volume III. 9. reimpressão. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 576-8<br />
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<b><br /></b>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-59347811426157489762013-05-04T07:47:00.000-07:002013-05-04T07:47:06.236-07:00A bisa que tem Facebook<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
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Nasceu em meados da década de 30. Como toda jovem de sua
geração, recebeu uma educação doméstica primorosa, desde cozinhar os pratos
mais elaborados até executar os sofisticados bordados com linha de seda, sem
esquecer as lições de piano, como também as agulhas de tricô e crochê, o
capricho de manter a casa limpa, a máquina de costura a pedal que muitas vezes
a transformava em provedora da família; tudo isso sem negligenciar a extensa
prole que educava com carinho e zelo – por vezes excessivo – mas sempre zelo.
Sua profissão: prendas do lar. </div>
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Namorou cedo. Casou cedo. Teve uma festa simples, sem batom –
porque o rígido pai não permitia maquiagem – sem, no entanto, deixar de ser uma
das mais belas, no viço de seus dezessete anos, com direito a dama de honra, a
bolo de três andares e a séquito de convidados. As noivas iam a pé para a
igreja, honrando a plateia sem convite com sua passagem de princesa. Era época
em que se sonhava possuir uma casa ensolarada, com cortinas esvoaçantes de <i>voil</i> e limpinhas e com cheiro fresco e
companheiras de um ambiente feliz.</div>
<div class="MsoNormal">
Foi feliz, mas logo, logo percebeu a realidade nada
romântica da convivência. Nunca arredou de suas ideias, que ainda segue, depois
de criados os filhos e nascidos os netos. Agora aguarda a chegada da terceira
geração. Viúva, cuida da saúde e não se
descuida do corpo, pois a mãe sempre lhe dizia que “quem não se ajeita, por si
só se enjeita”. Pinta seus cabelos, suas unhas e nunca desce de seu salto, não
mais o quinze, mas no mínimo uns quatro centímetros, ancorados no modelo anabela.
A passagem da vida conserva ainda a antiga beleza retratada em um pôster pendurado
na parede do corredor de seu apartamento, mas no inverso de Dorian Grey, porque
sua alma bondosa acrescentou-lhe as rugas e fixou-lhe o caráter de retidão no
qual se espelham os familiares.</div>
<div class="MsoNormal">
A moda: usava muito “tailleur”. Usava luvas e casquetes nos
eventos mais chiques, como a ópera e os casamentos. Aderiu às calças compridas,
sempre com a elegância dos clássicos de outrora. Hoje escolhe roupas e bijuterias
coloridas, acessórios infalíveis para emoldurar
sua feminilidade. Mas, sobretudo – pasmem –, usa a internet. Atualizada,
tem contatos no <i>Skype</i> e no <i>Facebook</i>. Claro, com assessoria. Ainda não tem <i>smartphone</i>, mas sonha com um <i>notebook</i> ou um <i>tablet</i>, a exemplo de seu irmão mais velho, completamente “<i>high</i> <i>tech</i>”.
Quando faz uma postagem na <i>timeline</i> de parentes e conhecidos,
surpreende pela atualidade. É uma bisavó
tradicional, mergulhada na contemporaneidade. Não é a única, certamente, que rompeu
as barreiras que o suposto tempo poderia impor. Sim, é uma bisa que tem
Facebook.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Virgínia
Albuquerque</div>
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Em 4 de maio de 2013</div>
Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-30477268363030721532013-05-04T07:46:00.000-07:002013-05-04T07:46:10.621-07:00Apostila de análise e resumo das obras literárias VESTIBULAR UFES 2014Aviso aos interessados: nossa apostila está em fase final. A leitura demandou um pouco de tempo e a escrita não é muito fácil. Assim que estiver pronta, entro em contato com cada um de vocês. Grande abraço.Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8602778474550419347.post-6974057428892700152013-02-23T03:21:00.000-08:002013-02-23T03:21:10.910-08:00Homenagem a um homem simples: Inácio<br />
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<span style="font-family: Arial; font-size: medium; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Ausência</strong></span><br style="margin: 0px; padding: 0px;" /><span style="font-family: Arial; font-size: x-small; margin: 0px; padding: 0px;">Carlos Drummond de Andrade</span></div>
<span style="font-family: Arial; font-size: x-small; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="background-color: white;"></span><div style="background-color: white; padding: 5px 10px;">
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Por muito tempo achei que a ausência é falta.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />E lastimava, ignorante, a falta.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />Hoje não a lastimo.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />Não há falta na ausência.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />A ausência é um estar em mim.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />que rio e danço e invento exclamações alegres,<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />porque a ausência, essa ausência assimilada,<br style="margin: 0px; padding: 0px;" />ninguém a rouba mais de mim.</div>
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<a href="http://reginavolpato.com.br/blog/?pagename=album&?pp_album=main&pp_cat=default&pp_image=Assinatura_Carlos_Drummond_1.jpg" style="color: #cc9999; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: initial;" title="Assinatura Carlos Drummond 1"><img alt="Assinatura Carlos Drummond 1" class="pp_image" height="47" src="http://reginavolpato.com.br/blog/wp-content/photos/Assinatura_Carlos_Drummond_1.jpg" style="margin: 0px; padding: 0px;" width="339" /></a></center>
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</span>Professora Virgíniahttp://www.blogger.com/profile/10998943052330816018noreply@blogger.com0